Solitária Lua

 
registro: 10/12/2013
Os passos que não tens coragem de dar, também deixam marcas!
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## Reformas ##

Não percebi a chegada do outono. Mas eu sentia que estava embarcando numa nova estação: 

todas as árvores que (não) plantei, de repente, estavam nuas. 

E eu caminhava num tapete de folhas e flores. 

Os caminhos também se estreitaram e tive uma sucessão de perdas, ou melhor, tive uma sucessão de trocas. 

 

E assim, como toda pessoa que tem um coração pulsando, fiquei assustada demais com as mudanças. 

Mas agora já consigo 

perceber beleza na nudez de cada uma das minhas árvores prediletas.

 Elas apenas estão trocando de roupa enquanto eu troco de pele, tamanha cumplicidade.

 

Então, quando bate a ansiedade e meu coração taquicardíaco começa a doer, ponho a mão nele e digo a mim mesma: “Obrigada por, pelo menos, poder sentir que não estou sozinha”.

 Porque eu não perdi uma estação, eu perdi a mim mesma e agora me sinto como um prédio que foi demolido e está sendo reconstruído, tijolo a tijolo novamente.

 

E esse processo é muito difícil, mas acho também a experiência mais bonita que uma pessoa possa vivenciar. 

Toda reforma, é para fazer melhoras e, algumas coisas, por não poderem ser recuperadas, terão de ser substituídas. 

E a gente se apega demais a tudo.

 Pois estou tão disposta às reformas,

 mesmo que isso inclua marretadas no meu coração logo pela manhã, bem cedo....



—Marla de Queiroz

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A arquitectura da minha alma é barroca...

Sou fraca...sou forte...sou luz e sou sombra...

Sou de aço e sou de flores..,

Sou de barro...sou de lata e sou de ouro. Sou catedral e sou capelinha...

Sou uma mulher de presente único...pretéritos mais-que imperfeitos, na

conjugação dos meus desalentos"...

Pe.  Fábio de Melo